Homem é condenado a 19 anos por matar e esquartejar mulher há mais de uma década em Porto Alegre
29/09/2025
(Foto: Reprodução) Vandré Centeno do Carmo
Marcelo Oliveira/ Agencia RBS
Vandré Centeno do Carmo foi condenado a 19 anos e 3 meses de prisão, além do pagamento de multa, pela morte e esquartejamento de Cíntia Beatriz Lacerda Glufke, de 34 anos. O crime aconteceu em 2015, em Porto Alegre. Relembre o caso abaixo.
A sentença foi proferida nesta segunda-feira (29), durante julgamento no Tribunal do Júri da 2ª Vara do Júri da Capital.
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A defesa de Vandré Centeno do Carmo foi procurada pela reportagem, mas informou que irá se manifestar exclusivamente nos autos do processo.
O réu foi responsabilizado por homicídio qualificado e também pelo crime de ocultação de cadáver. A Justiça determinou a prisão imediata em plenário.
Anteriormente, Vandré ficou preso por quatro anos e quatro meses. O homem relatou que se arrepende e que, durante o período na cadeia, passou a frequentar projetos de recuperação. Ele está em liberdade desde 2019, casou-se e estava trabalhando como vigia em uma rede de supermercados.
Cintia Glufke, 34 anos, foi assassinada em Porto Alegre
Reprodução/Facebook
O julgamento
Durante o julgamento nesta segunda-feira, Carmo prestou depoimento aos jurados e apresentou sua versão sobre o crime. Pela manhã, apenas uma testemunha foi ouvida: um ex-colega de trabalho de Vandré, chamado pela defesa. Em seguida, o réu foi interrogado.
Vandré confirmou que mantinha um relacionamento com Cíntia, que na época ainda era casada. Segundo ele, o marido da vítima estava nos Estados Unidos e ela teria dito que o casamento havia terminado. O réu relatou que a relação era marcada por conflitos.
No dia do crime, contou que convidou Cíntia para almoçar com o objetivo de terminar o relacionamento. Ainda relatou que consumiu vinho e uma grande quantidade de cocaína. Segundo sua versão, Cíntia não teria aceitado o fim da relação, os dois entraram em luta corporal, ela teria caído, batido a cabeça e morrido na hora. Sem saber como agir, teria decidido ocultar o corpo.
Para o Ministério Público, a versão apresentada não se sustenta. O promotor Francisco Saldanha Lauenstein destacou que Vandré deu sete versões diferentes ao longo da investigação e do processo. A acusação sustenta que o crime foi premeditado: Cíntia teria recebido sete marretadas na cabeça.
A Defensoria Pública reconheceu que Vandré confessou o homicídio e a tentativa de ocultação do cadáver, mas alegou que ele agiu em um momento de surto, sem premeditação.
Outros envolvidos no caso ainda serão julgados. Os dois irmãos de Vandré, que seriam submetidos ao júri na mesma data, tiveram o julgamento adiado para 10 de dezembro por conta de uma "colidência defensiva". Além deles, havia mais dois réus: um não foi levado a julgamento (impronunciado) e o outro teve a punibilidade extinta após morrer no ano passado.
O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) afirmou que vai recorrer da decisão para tentar aumentar a pena aplicada ao réu.
Julgamento de Vandré Centeno do Carmo
Divulgação/ Ministério Público do Rio Grande do Sul
O caso
Carmo havia trabalhado com Cíntia Beatriz Lacerda Glufke em um hotel em Porto Alegre, onde se tornaram amigos. Os dois foram colegas também em um curso de comissário de bordo.
No dia 7 de agosto de 2015, Cíntia foi agredida na cabeça e depois teve braços e pernas serrados. O tronco e a cabeça foram enterrados no pátio da casa de Vandré, na Capital.
Já os membros foram colocados em uma mala, jogada em um lixão, em São Joaquim (SC), encontrada por um catador de lixo.
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